BAIRROS
Lisboa é uma cidade única, com uma identidade e cultura muito próprias.
“A cidade das sete colinas”, como é conhecida, foi acontecendo ao longo dos séculos. Resultado das várias épocas históricas que atravessou, é feita de várias microcidades que se cruzam e se interligam.
Aqui selecionámos os bairros mais interessantes para as suas compras, mas também aqueles que merecem ser conhecidos pela sua história, tradição, arquitetura e gastronomia. Porque o fado se ouve em Alfama, e de boas tasquinhas é feito o Bairro Alto. As lojas históricas estão na Baixa e no Chiado, os melhores antiquários em São Bento, e as grandes griffes na Avenida da Liberdade. A veia vanguardista corre no Príncipe Real e o design tem andado por Santos. De Belém partimos para o mundo e no Martim Moniz cabe agora todo o mundo. O melhor do modernismo está em Alvalade, e a arquitetura contemporânea pode ser visitada na Expo.
Em Alfama habita a alma de Lisboa. Este é o mais antigo e típico dos bairros da cidade, célebre pelas suas ruas estreitas, fachadas pitorescas, lojas tradicionais, tascas, casas de fado e incontáveis igrejas. Animada por uma população castiça, Alfama chega ao rubro nos “santos populares”, festa tradicional que chama às ruas milhares de pessoas. Este labirinto de vielas medievais conduz-nos ao Castelo de São Jorge e a uma vista maravilhosa.
Na Graça, o miradouro batizado com o nome da poetisa Sophia de Mello Breyner Andresen é um dos melhores locais para admirar a cidade e apaixonar-se. Não muito longe, encontramos o Mosteiro de São Vicente de Fora, o Panteão Nacional e o Campo de Santa Clara, onde se realiza a Feira da Ladra e se regateiam bugigangas e curiosidades.
A Baixa é um cartão-de-visita de lisboa e também um bairro de memórias, preservado pelo comércio tradicional e animado pelos cafés e artistas de rua. Naquela que é a mais antiga área comercial da cidade, a par dos novos nomes da moda, ainda se descobrem exemplos dos ofícios que dão o nome às ruas de traçado geométrico ortogonal: correeiros, douradores, fanqueiros e sapateiros. É também aqui que se encontra uma das mais belas praças do mundo, a Praça do Comércio (também conhecida como Terreiro do Paço), repleta de restaurantes e esplanadas. O seu Arco do Triunfo conduz-nos pela nobre e pedonal Rua Augusta até à emblemática Praça D. Pedro IV ou Rossio.
Pelo Chiado, Lisboa passeia orgulhosa e elegante, desde os tempos em que políticos, intelectuais e artistas aqui se reuniam em tertúlias intermináveis. Com seus teatros e casas de ópera, cafés históricos e livrarias centenárias, também é palco das últimas tendências da moda e de alguns dos melhores restaurantes da cidade, resultando num ponto de encontro e paragem obrigatória para turistas e residentes.
No Bairro Alto diferentes gerações animam o comércio tradicional e as lojas alternativas, de moda urbana, galerias, estúdios de cabeleireiros e tatuagens. Este bairro de ruas quinhentistas é o local mais camaleónico da cidade: de dia é morada castiça de varandas floridas e roupa estendida, e à noite transforma-se num centro boémio, com alguns dos bares e restaurantes mais populares de Lisboa (incluindo as tradicionais casas de fado).
Tradicionalmente conhecido pelo seu jardim centenário e lojas de antiguidades, o Príncipe Real é um bairro antigo, mas elegante, povoado por coloridos edifícios históricos.
Hoje representa uma nova Lisboa, cosmopolita e empreendedora, atraindo lojas de vanguarda, ateliês de criadores nacionais, galerias, cafés e restaurantes da moda. É um bairro apreciado por locais e turistas, pelo seu charme único, com palacetes convertidos em galerias comerciais, uma feira biológica e vida noturna animada.
O romântico Jardim Guerra Junqueiro que todos conhecem como “da Estrela” e a lindíssima e monumental Basílica de estilo barroco e neoclássico são imagem de marca da Estrela. Campo de Ourique é ponto de partida (ou chegada) do famoso elétrico 28 que percorre o centro histórico até ao Martim Moniz. É um dos mais carismáticos bairros lisboetas, de ambiente familiar, uma espécie de aldeia dentro da cidade, com vida muito própria e direito a um “jardim da parada”, igreja, mercado, lojas, cafés e restaurantes tradicionais. Extensão natural de Campo de Ourique, as Amoreiras têm como símbolo principal o Amoreiras Shopping Center, centro comercial de referência inaugurado em 1985.
A rua de São Bento é famosa pelos vários antiquários, onde se encontram peças de decoração e preciosidades com valor histórico e de coleção.
São célebres as “Noites de São Bento”, maratona que mantém as lojas abertas até à meia-noite durante três dias seguidos, acompanhadas de animação de rua, música, exposições e até provas de vinhos. É também aqui que se situa
a Casa Museu Amália Rodrigues
e o Palácio de São Bento, grandioso edifício neoclássico sede do Parlamento de Portugal desde 1834.
A Avenida da Liberdade foi construída ao estilo dos Champs Élysées, o “Passeio Público” da alta sociedade lisboeta no século XIX. Hoje é uma das artérias mais luxuosas da Europa, onde brilham as elegantes e sofisticadas vitrinas das grandes marcas de luxo, hotéis de cinco estrelas e escritórios de grandes empresas. É uma das principais avenidas de Lisboa, ligando a praça dos Restauradores à Praça do Marquês de Pombal. Na sombra de árvores centenárias escondem-se fachadas de nobres edifícios, os padrões da calçada portuguesa e quiosques com esplanadas.
A elegante rua Castilho é quase uma extensão da Avenida da Liberdade, reunindo várias marcas de luxo internacionais, sobretudo de moda feminina. Agrupadas no conceito Castilho Fashion Street, as lojas promovem o comércio através de diversas iniciativas contribuindo para a sua transformação numa das ruas mais nobres e charmosas ruas da capital, onde também se concentram hotéis e serviços.
Resultado do crescimento urbano nos finais do século XIX, este bairro é feito de avenidas planas, calçadas largas e arquitetura sóbria, testemunho do urbanismo progressista do engenheiro Ressano Garcia influenciado pelos conceitos técnicos e estéticos seguidos por Georges-Eugène Haussmann na renovação de Paris durante as décadas de 1850 e 1860. É nas Avenidas Novas que se encontra a Fundação Calouste Gulbenkian, um ícone cultural de Lisboa, absolutamente imperdível. Mesmo em frente, está o Bairro Azul, conjunto arquitetónico da década de 30 do século XX, com prédios ao gosto Art Deco, baixos-relevos, pilastras, frisos e frontões decorados de forma elegante. Com o Jardim Amália Rodrigues e o Parque Eduardo VII ali ao lado, esta é uma boa área para passear e fazer compras na maior loja de departamentos do país.
Alvalade, área a norte da cidade antigamente ocupada por quintas, solares e extensos campos verdes, é conhecida como “o mais moderno bairro de Lisboa”, graças aos grandes projetos de arquitetura modernista de que é testemunha. E se aqui não faltam edifícios para admirar e visitar (como Biblioteca Nacional, a Reitoria da Universidade de Lisboa, a Torre do Tombo, o Museu de Lisboa - Palácio Pimenta ou o Museu Bordalo Pinheiro), as suas ruas são animadas pelo comércio tradicional e pela verdadeira vida de bairro, onde nem falta um dos melhores mercados da capital. É também aqui que existe o maior espaço verde do centro de Lisboa.
Construído na década de 1940, este bairro residencial e tradicional da Lisboa do Estado Novo faz parte da história da arquitetura e do urbanismo, contando com várias obras assinadas por arquitetos de renome como Cassiano Branco, Joaquim Bento de Almeida, José de Lima Franco, António Lino, Filipe Figueiredo e José Segurado. O eixo Guerra Junqueiro, Londres e Roma já foi uma das áreas comerciais mais charmosas da cidade, tendo a pastelaria Mexicana como ponto de encontro de locais e visitantes.
Alcântara deriva do árabe "al-qantara", a “ponte” que em tempos atravessava a agora invisível ribeira de Alcântara. Hoje é a Ponte 25 de Abril que marca a paisagem deste velho bairro fabril junto ao Tejo, onde armazéns dão lugar a restaurantes, bares e discotecas. Freguesia antiga, com origens no século XVI e características rurais, a Ajuda é célebre pelo grandioso Palácio Nacional, construído após o Terramoto de 1755. Junto ao rio, Belém é destino obrigatório para provar um Pastel de Belém, e também o bairro que celebra os Descobrimentos. Foi daqui que partiram as naus em busca de outros mundos. Neste jardim à beira-mar encontram-se monumentos ex-libris de Lisboa como o Mosteiro dos Jerónimos e a Torre de Belém, ambos património da arquitetura manuelina. Seguem-se o Padrão dos Descobrimentos e o Centro Cultural de Belém.
A requalificação de Santos tem atraído escolas, artistas e espaços comerciais de vanguarda, em particular um conjunto de lojas de decoração e design que se uniram na iniciativa Santos Design District. Vizinha do famoso Museu Nacional de Arte Antiga e do Museu da Marioneta, no antigo bairro da Madragoa, esta área ribeirinha é também conhecida pelos seus restaurantes e pela vida noturna jovem e animada. Mesmo ao lado, o Cais do Sodré, antiga zona portuária, frequentada no passado por marinheiros e prostitutas, tem vindo a assistir a uma importante reconversão, onde se inclui o recém-reabilitado Mercado da Ribeira. É atualmente uma das áreas mais procuradas para sair à noite (em particular a Rua Nova do Carvalho, conhecida como a “Rua Cor-de-Rosa”), graças à abertura sistemática de restaurantes e bares da moda.
A Mouraria é o local para onde os mouros foram relegados após conquista de Lisboa em 1147. Este bairro de ruelas escuras e gente simples, é um dos berços do Fado, onde viveram as fadistas Severa, Argentina Santos e, mais recentemente, a Mariza. Ainda hoje é o lugar mais multicultural da cidade, uma miscelânea de etnias que convive com a riqueza histórica e o espírito bairrista. Na renovada Praça do Martim Moniz, onde se realiza o Mercado de Fusão provam-se sabores do mundo (China, Índia, Bangladesh…) e respira-se cultura. Ali ao lado, o Largo do Intendente, durante anos centro de droga, roubos, prostituição, foi sujeito a uma renovação que lhe devolveu a luz. Destaque para a loja da antiga fábrica Viúva Lamego e a sua lindíssima fachada de azulejos.
O Jardim Zoológico é o verdadeiro símbolo de Sete Rios, um espaço aprazível que assume um papel ativo na proteção e conservação da natureza. Atualmente uma das freguesias mais cosmopolitas e populosas de Lisboa, Benfica era uma área ocupada por quintas e chácaras. É o caso da Quinta da Granja, reconvertida em parque urbano, o Palácio Beau Séjour, antiga residência de veraneio, onde hoje funciona o Gabinete de Estudos Olisiponenses, com o maior acervo bibliográfico sobre a cidade, ou ainda o Palácio dos Marqueses de Fronteira, o mais belo exemplar da arquitetura civil portuguesa do século XVII, com deslumbrantes jardins e decorações de azulejos. Para os mais consumistas, o Centro Colombo, um dos maiores centros comerciais da Península Ibérica, é local de referência.
À beira do rio Tejo nasceu uma Lisboa contemporânea. O Parque das Nações, antes um polo industrial, foi construído para acolher a Expo 98, a última Exposição Universal do século XX. Ao longo de uma faixa de 5 km à beira-rio, este bairro realça a modernidade da cidade, com espaços de lazer, cultura e desporto projetados por grandes nomes da arquitetura mundial, como Santiago Calatrava ou Álvaro Siza Vieira.
Lisboa é uma cidade única, com uma identidade e cultura muito próprias.
Sim, Lisboa é uma cidade incrível, mas não esgota a riquíssima oferta de Portugal. Aqui ao lado, Estoril, Cascais e Sintra são passeios da praxe, para conhecer belíssimas praias, restaurantes que servem peixe e marisco fresquíssimo e uma montanha mágica habitada por palácios de encantar. A capital é uma boa base para explorar o país de Norte a Sul. A pouco mais de uma hora de viagem, encontra uma vila medieval e grandes monumentos da História de Portugal, todos classificados pela UNESCO. O Porto é, sem dúvida, um dos melhores destinos da Europa, enquanto o Douro Vinhateiro é uma descoberta absolutamente obrigatória. A sul, as planícies e as adegas alentejanas ganham destaque internacional e o Algarve já dispensa apresentações. Pronto para começar?